sábado, 5 de setembro de 2009

Mas - como se isto fosse possível - eu ando incomodada com todo este meu incomodo. Até falei sobre isto na minha última sessão com o Leonardo. Fico pensando que não tenho motivos para estar tão esgotada assim. Tenho saúde, família, (finalmente) minha casa, minha vida - só não tenho um amor, mas aí é outra estória. E porque reclamo tanto das coisas? Aí, imediatamente eu penso que me falta religião. Que a terapia não vai ser suficiente para preencher este espaço que tanto me falta. Que no fundo, ir às sessões e ficar falando eu, eu, eu - não resolve. Trata-se de uma visão limitada da experiência de vida. E eu quero uma visão mais abrangente. Quero me desenvolver espiritualmente. Sem brincadeira: falta Deus na minha vida. Mas os terapeutas são f. Eles não querem te deixar viajar neste misticismo todo. Precisam te segurar pela razão. E então, lá fica o Leonardo, única pessoa que eu tenho garantia que irá me ouvir reclamar semanalmente (afinal, ele é pago para isto), e o principal afetado nesta minha viagem espiritual (“preciso me curar com Deus, não com terapia”) fica parado, me olhando meio desconfiado. E me vence pelo cansaço.

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